Pílula do dia seguinte ou pílula de emergência: use com moderação

pilula_do_dia_seguinte_1Cada vez mais a pílula do dia seguinte está sendo utilizada, e de maneira indiscriminada. Nas aulas de sexualidade que ministro, perguntas a respeito deste tema sempre tem a sua vez. No consultório também é uma dúvida recorrente.

O intuito desta pílula é o de emergência, ou seja, quando o método contraceptivo (forma de se evitar a gravidez) falhou, como, por exemplo, a camisinha que estourou ou no caso de ter sido vítima de estupro. Porém, não é desta forma que as pessoas a estão utilizando. Muitas mulheres vem usando esta pílula rotineiramente, quase como um método de contracepção, ou seja, toda vez que tem relação sexual sem camisinha usam o medicamento. Isso é muito sério.

A pílula tem uma dosagem hormonal enorme, causando vários efeitos colaterais que variam de pessoa para pessoa, como: alteração do ciclo menstrual e da ovulação; dores de cabeça; enjoos; vômitos; sensibilidade nos seios; sangramentos irregulares; dentre outros. Alguns casos com reações mais graves já são conhecidas, como derrame e trombose, principalmente quando o uso não foi apenas eventual.

O médico deve ser procurado quando existe a necessidade de usar a pílula de emergência, para que ele possa indicar a melhor maneira de lidar com a situação de acordo com cada caso. Recorrer a amigos pode não ser uma boa opção.

Outra questão importante de lembrar é que a pílula de emergência não previne doenças sexualmente transmissíveis. Além disso, como o próprio nome já diz, ela serve apenas para o dia seguinte da relação sexual, e não como prevenção para o mês todo.

Existem dois tipos básicos deste medicamento, variando de acordo com as marcas. Um deles tem um único comprimido e o outro tem dois. Independente da marca, o medicamento deve ser tomado no máximo até 72h depois da relação sexual, e quanto mais tarde, maior o risco de se ter uma gravidez. Quando a cartela é de dois comprimidos, o primeiro deve ser tomado imediatamente após a relação sexual e o segundo sempre 12 horas depois do primeiro.

O que a pílula faz no organismo? Dependendo da etapa do ciclo menstrual em que a mulher se encontrar, ela tem duas formas de atuação, que são:

1)       alterar a secreção vaginal, tornando hostil o trajeto dos espermatozoides;

2)      alterar o endométrio (parede interna do útero), impedindo a fixação do ovócito já fecundado (nidação), sendo ele eliminado juntamente com a menstruação.

Como a nidação é pré-requisito para se considerar que a gravidez foi de fato consumada, a pílula do dia seguinte não é considerada uma técnica abortiva. Aliás, é válido lembrar que, caso tal evento já tenha ocorrido, seu uso não será capaz de impedir a gestação e, felizmente, não causará danos ao embrião.

Uma última informação importante: caso a mulher vomite algumas horas depois de tomar o comprimido, ela deve tomá-lo novamente para que o efeito esperado tenha mais chances de acontecer.

Cuidar bem da saúde é cuidar de sua prevenção!

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