A mulher contemporânea e suas mil e uma atividades

Uma das queixas freqüentes das mulheres, que vemos no consultório, é em relação a sua múltipla jornada diária de trabalho, casa, filhos, relacionamento, cuidar do corpo, etc. E, mesmo sendo vitoriosas essas novas possibilidades de afazeres, elas resultam em cansaço e estresse.

Há algum tempo, o papel das mulheres e também dos homens era muito bem definido. À mulher cabia o cuidado privado, ou seja, do lar e dos filhos. Já aos homens o dever era do ambiente público, trabalhar para sustentar sua família. Aos poucos, diversas transformações foram acontecendo e, hoje, os papéis já não são mais tão estruturados.

Muitas mulheres, em nossa sociedade atual, estão tendo que dar conta de tudo. Isso aparece com bastante clareza no filme nacional: “De Pernas para o ar”, com Ingrid Guimarães no papel principal que fala sobre a vida de Alice, uma mulher workaholic que tenta se equilibrar entre a rotina de trabalho e a família. Uma cena bastante marcante é quando mãe e filho estão em um taxi, e ela está mandando mensagens, falando nos seus três celulares com o pessoal do trabalho e o filho na mesma postura, porém em seu “vídeo game”. O filho tem neste dia um campeonato de futebol e a mãe, em meio aos seus celulares, diz-lhe para fazer muitos gols e o filho diz “mãe, eu sou goleiro”.

Este filme pode nos trazer diversas reflexões. O que seria certo: as mulheres voltarem atrás e pararem de trabalhar ou continuarem tentando dar conta de tudo? Não tem certo e errado, o importante é parar para olhar dentro de si e se perguntar: o que eu quero para a minha vida? Quais são meus valores? Quais são minhas prioridades? Estou fazendo bem o que venho me propondo a fazer?

É importante lembrar que “O ótimo é inimigo do bom”, portanto se quisermos fazer TUDO 100% perfeito, estaremos sim, fadados a nos frustrar. Os sentimentos bem sentidos, os comportamentos de acordo com seus valores, e seus afazeres bem feitos estão relacionados com a qualidade e não com a quantidade. Estar em congruência com alma e coração pode ser um dos maiores prazeres da vida.

Texto elaborado por: Léo Fraiman e Paula de M. Napolitano

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