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Amor Romântico em “O Amor nos Tempos do Cólera”

Hoje refletiremos a respeito de um tema que perpassa o nosso consciente e inconsciente o tempo todo, o Amor Romântico. Para falarmos deste tema tão instigante, utilizaremos do filme “O Amor nos Tempos do Cólera” para elucidar esta questão.

A história é ambientada na epopéia vivida por Florentino Ariza, que dedica 50 anos de sua vida a reencontrar a mulher que acredita ser o amor de sua vida, Fermina. O filme é baseado na obra prima homônima e atemporal do vencedor do prêmio Nobel, o escritor Gabriel García Márquez.

Florentino se apaixona a primeira vista por Fermina. Assim, escreve uma longa carta de amor, para dizer a sua amada seus sentimentos. Esses são recíprocos, ambos começam a trocar cartas, com todas as dificuldades, pois em função da época, ela andava sempre acompanhada por um “olheiro” a mando de seu pai. O amor deles vai crescendo. Quando o pai dela descobre esse amor, o proíbe terminantemente, já que ele sonha com um partido rico e famoso para sua filha. O pai até ameaça Florentino de morte, que responde “Não existe glória maior do que morrer por amor” O casal não aceita se separarem, então o pai se muda com Fermina para longe.

Ambos passam a se corresponder por telegrama, fazendo juras de amor e inclusive, planejando o casamento para quando ela voltasse. Florentino dizia “O nosso amor triunfará”. Fermina fica muito amiga de uma prima sua, que é bem mais liberal para a época. Em uma das conversas com a prima, esta lhe diz “devemos aprender a sermos felizes sem o amor”, frase que na época Fermina não entendia. Depois de vários anos, Florentino continua a pensar em sua amada, sofre terrivelmente por esta, e mantém-se virgem, como prometido a ela. Após muitos anos, Fermina volta à cidade, e quando por acaso ambos se encontram, esta diz naquela mesma hora, que percebeu que tudo o que passaram não passava de uma ilusão, e havia terminado.

Florentino ficou muito mal, não aceitava esta situação, e dizia a si mesmo “meu destino na vida é amar Fermina”. “Vou reconquistá-la”; “Meu coração é como o mar: infinito e eterno…”; “Se o sofrimento do meu coração não me matar…”. Isto tudo continuava mesmo depois dela ter se casado e ter tido vários filhos. O seu amor continuava vivo e o ferindo. As únicas coisas que mudaram foi que este decidiu que teria um bom emprego, seria rico e teria relações sexuais com várias mulheres, o que acabou por acontecer.

Quando já idosos, e sem mais contato, o marido de Fermina morre, Florentino decide então procurá-la, reafirmando os seus longos e contínuos anos de amor pela mesma. Ambos voltam a se reaproximar como amigos, e tempos depois vivem o amor que de fato nunca tinham vivido.

O filme é muito bonito e profundo, nos fazendo questionar a respeito do amor romântico. São filmes como estes, histórias como estas, que influenciam um freqüente ideal de amor, que é o amor romântico. Aquele amor que dói e machuca, que é para a vida inteira, que encontram a cara metade, que sem este não se tem como viver e que a vida não é nada sem esse amor arrebatador. Desta forma, até hoje acabamos sempre procurando “a pessoa certa”, que deve nos proporcionar sentimentos arrebatadores como aqueles, durante a vida toda. Estamos sempre em busca do casamento perfeito, para toda a vida, e com sentimentos iguais aos de quando se conheceu a outra pessoa. Devido a toda esta ilusão é que as pessoas buscam incessantemente algo que não acham e acabando frustradas e angustiadas.

Outra reflexão interessante é a respeito da diferença entre o amor, a paixão e também a obsessão. Afinal de contas será que aquilo que ele sentiu, que durou a vida inteira, atrapalhando-o de viver sua vida, era mesmo amor? Ou será que era paixão? Talvez nenhum deles. Seria uma obsessão, ou seja, a vida dele se resumia a isto, sem tentar nada diferente, sem possibilidades, envoltas de amargura e sofrimento? Afinal, o que buscamos na vida?

Informações Técnicas:

Diretor: Mike Newell.

Atores: Javier Bardem, Benjamín Bratt, Angie Cepeda.

Ano: 2007.

Duração: 139 minutos.


 

2 comentários sobre “Amor Romântico em “O Amor nos Tempos do Cólera”

  1. Olá! Realmente é uma linda história de amor. Lendo o texto fiquei me perguntado: Será necessário ficarmos nessa busca incessante pelo amor de outra pessoa? Isso é saudável? Traz frutos para nós? Sem sombra de dúvidas, para mim, o amor é o sentimento básico que rege o ser humano. Sem ele nada seria construído, as pessoas não teriam casas, emprego, dinheiro, relações, amigos… nada. Por isso, pouco importa se você tem ou não alguém do seu lado desde que você não esteja caminhando na perigosa estrada de “não quero ficar sozinho”. Acredito que o grande problema surge quando você deixa de SE AMAR. Quando você se anula pela outra pessoa, quando você não consegue dizer o que sente e pensa quando algo te chateia, ou bem mais complicado que isso, quando você constrói uma relação de dependência por medo de ficar sozinho. Enfim, amar-se, valorizar-se, colocar-se em primeiro lugar talvez seja um primeiro passo para que o amor chegue até nós sem precisarmos correr atrás dele.

  2. Muito boa analise do livro e do filme. Linda história de amor, pena que a realidade nestes tempos e outra. O amor sempre será a luz que nos guia mas as vezes e a luz que nos cega. Saber dosar essa claridade para que não te deixe cego e difícil. Podem ajudar uns Oculos escuros. Assim poderás enxergar mais claro com menos possibilidades para errar. Enquanto isso, a vida e o que acontece enquanto planejas o que fazer no futuro.
    Parabéns, Paulinha. Gosto muito de ti.

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