Sua vida sexual está ruim? Filhos, estresse e falta de comunicação podem ser o problema

relac3a7c3a3o-sexual-1Com muita frequência, no meu consultório, quando os pacientes chegam procurando a terapia sexual, para resolver alguma dificuldade na área da sexualidade (baixo desejo, disfunção erétil, dificuldade em ter orgasmos, ejaculação rápida, etc), nada de excepcional aconteceu em seu dia-a-dia na cama, e comumente não conseguem identificar o que poderia ter causado “o seu grande problema”. Aliás, é frequente as pessoas conviverem com seus problemas por longos anos ou tentarem trabalhá-los sozinhos, sem êxito, vivendo em sofrimento, antes de procurarem ajuda profissional. Quando resolvem encarar seu problema procurando ajuda, também tentam várias soluções antes de chegar a um tratamento especializado, o que gera cada vez mais baixa autoestima, ansiedade, insegurança, afastamento de pessoas, frustração…

É importante salientar que, em se tratando da vida sexual, tudo pode interferir e normalmente são vários fatores que agem em conjunto. Devemos mudar a nossa visão de que apenas algo relacionado ao sexo propriamente dito vai influenciar nesta área. Pelo contrario, são muitos os fatores que pode atrapalhar a nossa vida sexual. Listarei a seguir os mais comuns:

  • Preocupações financeiras – preocupações se vai ter dinheiro no final do mês, se vai conseguir pagar as contas ou as dívidas. A sensação de que se tem cada vez mais contas para pagar e menos dinheiro entrando. O medo de não conseguir realizar seus sonhos, desejos e compromissos por falta de dinheiro;
  • Falha ou má comunicação entre o casal – vários são os motivos para essa má comunicação, como: não querer magoar o outro; não querer entrar em discussões maiores; achar que a pessoa deveria fazer, falar ou entender determinada coisa sem ter que ser explicitado; achar que conversar não vai adiantar nada. Resumindo, muitos sapos são engolidos e o resultado acaba sendo desentendimentos, mágoas, entre outros;
  • Estresse –hoje em dia, principalmente nas grandes cidades, a correria se dá em função de tudo: o trânsito, os mil e um compromissos, a baixa qualidade de vida, as dificuldades financeiras, as pessoas querendo se dar melhor a custa dos outros, além de tantos outros “estresses”. Quais são os seus?
  • Cansaço – exaustão, dormir mal, preocupações em dar conta de tudo, sentir que se tem tempo de menos e atividades de mais.
  • Remédios e/ou doenças – alguns remédios e doenças podem interferir no desejo, na ereção, na ejaculação… Exemplos de remédios são os hipertensivos e antidepressivos. Em relação a doenças, um exemplo é a diabetes.
  • Mitos e tabus – Exemplos como: o tamanho do pênis; a diferença de desejo e de prazer entre homens e mulheres; o preconceito relacionado a determinados atos ou práticas sexuais (sexo anal, oral…) e à “performance individual”; fantasias sexuais e os objetos de sex shop.
  • Ansiedade – a ânsia exagerada em qualquer sentido pode dificultar a vida sexual. Afinal, a cabeça está constantemente superlotada. A ansiedade mais comum na área da sexualidade é a da performance e desempenho, que seria na hora da relação sexual ficar preocupado com a ereção, com o prazer, tanto de dar quanto de sentir, e com a ejaculação. Com isso, a pessoa deixa de sentir os prazeres e a excitação e, desta maneira, a chance dela não conseguir atingir o que tanto anseia acaba sendo muito grande.
  • Baixo autoconhecimento – não saber sobre seu corpo, quais as áreas erógenas, onde e como sente mais prazer, como gosta de vivenciar a sua sexualidade.
  • Discussão entre o casal – discussões constantes entre o casal, independente de ser algo relacionado à sexualidade. Desta maneira, vão-se criando rancores, mágoas, ressentimentos, raiva. Esses sentimentos atrapalham a vontade de ter uma relação mais íntima com a parceria.
  • Drogas – as drogas podem prejudicar o desejo, os orgasmos, a lubrificação, a ereção e a ejaculação, Podendo inclusive interferir na fertilidade.
  • Filhos – quando os pais começam a viver apenas pelo(s) filho(s), virando somente pais e deixando de ser um casal também.
  • Baixa autoestima – acreditar que você não é bom o suficiente, temer ser deixado, sentir-se incomodado com o próprio corpo, achar que a qualquer momento a parceira vai procurar outra pessoa.
  • Brigas – qualquer tipo de discussões e brigas.
  • Insatisfação com o corpo – a maioria das pessoas não se sente totalmente satisfeito com o seu corpo, gostaria de ter mais de um lado, menos de outro, ou de alguma forma ser diferente. Dependendo do grau desta insatisfação, isso pode prejudicar muito a vida sexual.
  • Disfunções sexuais – baixo desejo (libido baixa), ausência ou dificuldade em ter orgasmos (anorgasmia), ejaculação rápida, dificuldade em ter ou manter ereção (disfunção erétil), dor na relação sexual (vaginismo ou dispareunia), ejaculação demorada.

Deu para perceber que muitos fatores podem atrapalhar a vida sexual e que, na maioria das vezes, acontecem vários ao mesmo tempo. Uma pergunta que acredito que pode ter passado na cabeça de vocês depois de ler tudo isto é: “quando posso considerar que tenho de fato um problema e que preciso procurar ajuda?”. A hora de buscar ajuda é quando você ou sua parceria considerarem que a vida sexual de vocês não está boa e querem mudar. Afinal de contas, cada um tem um limiar e uma forma diferente de sentir, entender e interpretar os acontecimentos. Além disso, cada um tem uma expectativa diferente com relação à sexualidade.

Vale lembrar: a sexualidade é uma parte boa da vida, e deve ser vivida de maneira saudável, prazerosa e que traga felicidade! Como está a sua vida sexual? O que está te atrapalhando? Vamos mudar?

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *