Vaginismo: o que é, o que causa e como tratar

Quem acompanhou a novela “O Outro Lado do Paraíso” – eu até tratei sobre o assunto aqui, a polêmica entre coaching e psicólogo -, lembra que a personagem Laura, vivida pela atriz Bella Piero, não conseguia ter relações sexuais com o marido, provavelmente por ter vaginismo.

Mas o que é exatamente o vaginismo?

É a contratura da musculatura da vagina (músculo do assoalho pélvico, que fica ao redor da vagina), que causa desconforto, ardência e dor na hora da penetração. E este movimento é involuntário, a contração acontece sem que a mulher perceba. Ou seja: não adianta ela simplesmente pensar “não vou contrair”.

Os níveis também são variáveis. Algumas mulheres não conseguem usar o absorvente interno, outra não conseguem nem fazer exame ginecológico, e em alguns casos a dificuldade e dor impedem totalmente a penetração. Já ouvi relatos de pacientes que achavam que não tinham “buraco”, porque tentavam, tentavam e não dava certo.

Além de ser um sofrimento para a mulher, o vaginismo afeta o casal, pois pode causar distanciamento de intimidade e a diminuição do desejo sexual.

O que causa?

Na novela, provavelmente o que ocasionou o vaginismo foi um abuso sexual, mas as causas são variadas, e normalmente há mais de um motivo influenciando

Há situações de repressão sexual, questões religiosas, que vêem o sexo como algo negativo, sujo, feio, errado…
Em alguns casos há a associação de histórias de que homem é mau, que trai, e sem a confiança a mulher vai se retraindo e desenvolve o vaginismo, e isso nem sempre fica claro para ela. Há também algumas mulheres controladoras, perfeccionistas, que “fecham a vagina” sem perceber. Medo de sentir dor, de engravidar, de perda de controle, de compromisso, de repetir experiências negativas anteriores, do que outras pessoas irão pensar e causas físicas também influenciam e atrapalham.

E o mais preocupante é que as pessoas sofrem sozinhas. Por acharem que é algo que só elas sentem, acreditam que não tem tratamento.

Mas tem!

Como tratar?

A desinformação, muitas vezes, faz com que, apesar da dor, muitas mulheres insistam na tentativa. “Me falaram para ir tentando, que vai lacear e melhorar”.

NÃO.

A cada tentativa forçada o incômodo será maior, e o cérebro, que sempre tenta nos proteger, para te prevenir da dor, irá provocar ainda mais contração. E esta busca para evitar a dor pode, na verdade, causar mais dor.

Então esqueça o popular “toma um vinho, relaxa e vai”, e procure ajuda especializada.
O primeiro passo é ir ao ginecologista, para descobrir se não é um problema físico. Na sequência, busque a terapia sexual. O tratamento combinado com a fisioterapia pélvica tem excelentes resultados.

Sexo é para ser prazeroso. Se isso não está acontecendo, procure ajuda. Vale a pena!

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