HPV: alertas e prevenção

images 1O HPV (vírus papiloma humano) é uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST´s) que mais tem crescido no mundo e também no Brasil. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 290 milhões de mulheres no mundo têm HPV. Sua transmissão pode ser feita pelo sexo vaginal, oral e anal. A sua manifestação, normalmente, se dá pelo aparecimento de verrugas na região vaginal, na região peniana e escroto, no ânus e até mesmo na boca ou na garganta. Porém, ela também faz parte de um conjunto de DST´s que podem ser assintomáticas, ou seja, não apresentarem sintoma nenhum. Isto significa que a pessoa pode estar contaminada e não saber, e assim contaminar o(a) parceiro(a) se tiver relação sexual sem o preservativo. Também por este motivo é que se torna essencial a consulta, pelo menos anual, com o ginecologista (médico que cuida da parte genital da mulher) ou com o urologista (médico que cuida da parte genital do homem), para verificar se está tudo certo.

Ainda existe controvérsia a respeito da cura do HPV, mas a maioria dos médicos acredita que a doença não tenha cura. De acordo com a imunidade da pessoa, os sintomas podem reaparecer, assim como quem tem a herpes de boca (lembrando que o herpes genital é um tipo diferente), que pode aparecer quando a pessoa está com a imunidade baixa. É importante frisar que, a qualquer alteração que apareça na vagina, no pênis, no ânus e até mesmo na boca, a pessoa vá rapidamente ao médico para poder identificar o que está acontecendo e, desta maneira, ter uma chance maior de cura, um tratamento adequado e precoce, com menos prejuízos. Uma das preocupações em torno da contaminação com o HPV é o fato de que alguns desses vírus (existem por volta de 100 tipos diferentes) poderem causar o câncer de colo de útero.

Em função da seriedade desta doença, foi criada uma vacina para alguns dos tipos do HPV. Ela começou a ser comercializada em 2007, mas ainda com um valor bastante alevado, sendo aplicada em três doses, que variam de R$ 300,00 a R$ 400,00 reais cada. Apenas a partir deste mês (março de 2014) o governo federal irá disponibilizar a vacina gratuitamente para meninas de 11 a 13 anos.

O ministério público está contando com a parceria das escolas públicas e particulares para aplicar as vacinas dentro das escolas, mas também as está disponibilizando em postos de saúde. Esta parceria entre escola, pais e governo é muito importante para ajudar a prevenir as meninas e diminuirmos a probabilidade de câncer de colo de útero. No ano que vem a vacina será disponibilizada para as meninas de 9 a 11 anos. A escolha das faixas etárias foi feita com o intuito de vacinar as meninas antes delas iniciarem sua vida sexual, para que a população gradativamente se torne imunizada ao vírus, reduzindo assim as chances de desenvolverem o câncer de colo do útero, e quem sabe daqui a alguns anos, tenhamos erradicado o HPV.

É importante que os pais e os educadores aproveitem a oportunidade para abordar temas como o uso de preservativos, doenças sexualmente transmissíveis e outras questões relacionadas à educação sexual. Este tema está aparecendo com grande freqüência na mídia, está sendo comentado, as crianças e adolescentes estão pensando algo a respeito. Por isso é importante propor um debate. Primeiro é importante saber o que eles dominam sobre o assunto, que geralmente é mais do que imaginamos. Para os pais, os filhos são sempre bebês, mas infelizmente (ou felizmente), isso não é bem verdade. É necessário ouvir o que eles pensam. O que vai mudar é a forma como o assunto vai ser abordado, de acordo com a idade da criança ou do jovem. A vacina é uma prevenção para algo que pode acontecer no futuro, seja ele próximo ou mais distante, assim como as outras doenças.

A escola é um centro de formação para todas as áreas da vida, e se a vacina pode ajudar a combater o câncer, ela não pode ficar de fora. Muitos pais ficam com receio de que começar a falar de sexo e levar as filhas para serem vacinadas pode despertar uma iniciação sexual precoce. Na verdade, a experiência tem mostrado exatamente o contrário. Quando se entende que a vida sexual exige responsabilidade, isto faz com que o adolescente comece a pensar mais no assunto e a se perguntar se está preparado. A experiência e pesquisas dizem que falar sobre o assunto faz com que o jovem seja mais crítico e menos impulsivo.

Vamos pensar no futuro das nossas crianças e jovens! Afinal de contas, eles são o futuro da nossa nação, e queremos buscar um futuro belo e saudável para eles, não?!?

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