Aids: falta de cuidado traz sérias consequências

imagemComo sabemos no dia 1ºde dezembro é comemorado o dia internacional da luta contra Aids. Há exatamente 1 ano, escrevi o texto a baixo, com os dados alarmantes em relação a Aids, alguns dos motivos que tem contribuído para esses números e algumas reflexões de como podemos fazer para aos poucos modificar esse cenário. E hoje, um ano depois, podemos dizer que as coisas não estão melhorando.

Além da Aids, infelizmente estamos acompanhando a volta da epidemia da sífilis,  o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde revela que os casos de sífilis adquirida (em adultos) aumentaram 32,7% no Brasil no período de 2014 a 2015. Entre gestantes, o crescimento foi de 20,9%, enquanto as infecções por sífilis congênita (transmitida pela mãe ao bebê. Além disso, no novo relatório do Centro de Controle de Doenças (CDC) estamos presenciando também o retorno do crescimento da gonorréia (13%) e clamídia (6%).

E então o que houve? De modo simplista, estamos nos colocando em situação de risco, não nos protegendo nas relações sexuais (sexo oral, anal e vaginal). As mesmas considerações que usei no texto a baixo em relação a Aids podem ser usadas para refletir sobre esse triste aumento das doenças sexualmente transmissíveis.

Conhecimento (informação +afeto +valores), educação e prevenção são sempre o melhor caminho. E então, o que você tem feito ou não feito para cuidar da sua própria saúde sexual e ajudar com a dos outros? Juntos, todos, podemos contribuir para construir um mundo melhor e mais saudável!

Aids: vamos continuar a não dar atenção? Essa escolha tem trazido sérias consequências.

 

No dia 1ºde dezembro, foi comemorado o dia internacional da luta contra a AIDS. E precisamos lutar mesmo. Infelizmente temos visto uma realidade em que a Aids apenas é lembrada neste dia, e também no carnaval. Precisamos urgentemente dar a devida atenção a esta doença que ainda não tem cura, pois os dados são assustadores. Segundo o relatório da Unaids (agência das Nações Unidas pela Aids), no mundo, a estimativa de novas infecções caiu de 3,1 milhões para 2 milhões entre 2000 e 2014. Esta notícia parece animadora, não? Talvez, mas no Brasil os dados são bem diferentes. No Brasil, no ano de 2000 as taxas de novas infecções por ano variavam entre 29 mil e 51 mil (margem de erro das estatísticas). Já em 2014 as taxas subiram para 31 mil a 57 mil novos casos por ano. E ainda mais alarmante, os jovens são os que estão com as taxas de aumento de contaminação de HIV maiores!

Você pode estar se perguntando: não temos hoje mais informações e um dos melhores tratamentos para HIV do mundo? Então porque esses números têm crescido no Brasil e principalmente entre os jovens? Trago aqui algumas considerações a respeito:

  • Fala-se muito pouco sobre a AIDS – fala-se pouco nas mídias, nas escolas, nas famílias, no governo… com isso, vemos desinformações e a perpetuação de vários mitos e tabus relacionados a: formas de contaminação; quem está sujeito a se contaminar; como funciona o tratamento; entre tantos outros.
  • Preconceito – muitas pessoas ainda acham que existe um grupo de risco específico. Não há! Existem comportamentos de risco, ou seja, todos nós, se não nos cuidarmos e não usarmos preservativos, podemos nos contaminar. TODOS!
  • Referências de pessoas – como felizmente hoje temos um tratamento aos soropositivos de referência mundial, não vemos com frequência pessoas morrendo em decorrência da AIDS, o que é fantástico! Porém, por outro lado, principalmente os jovens, não veem mais os seus ídolos morrendo em função da AIDS, e assim acham que não esta é mais uma doença grave. Ledo engano.
  • Falta prevenção –cada vez mais o foco em relação a AIDS é incentivar as pessoas a fazerem os exames de detecção para iniciar logo o tratamento, quando o vírus é detectado, mas cada vez menos vemos o foco na prevenção! Precisamos de todo apoio para que tornemos o uso da camisinha masculina e feminina um habito intrínseco, e não uma opção. Para isso, é necessário que este seja um assunto a ser “martelado” em nossas cabeças, com grande frequência. Por exemplo, que filmes, series e novelas (que tanto falam e mostram sexo) mostram o uso da camisinha?! Estamos falando de prevenção!
  • Falta trabalhamos a questão do afeto – além do pouco incentivo ao uso dos preservativos, é preciso que este foco não seja apenas na mera informação do tipo “use camisinha”. É preciso trazer conhecimento (informação + afeto +valores). Mais informações do tipo: como usar; em que momento usar; qual tipo de preservativo usar; em que modalidade sexual (oral, vaginal, anal). Além disso, precisamos trabalhar a questão da autoestima, do autoconhecimento e do respeito. Ou seja, muitas vezes a falta do uso do preservativo acontece por não se conseguir dizer “não” a um/uma parceiro(a) que possa estar fazendo chantagem emocional, usando a máscara do amor como desculpa. Se uma pessoa não tiver uma boa autoestima e respeito a si e ao outro, ela não vai usar.
  • Aliar ao combate às drogas – um dos motivos que muitas vezes faz os jovens e até mesmo os adultos não usarem o preservativo é o uso de drogas, que faz com eles não se lembrem ou não se importem em se proteger. Isso infelizmente é muito comum nas baladas, raves, HPs (house partys, festas em casa). E quando eu digo drogas, estou me referindo a todas, e obviamente isso inclui o álcool.

Portanto precisamos colocar a “boca no trombone” para falar de Aids, sexo, relacionamentos, drogas, autoestima, autoconhecimento, respeito, educação sexual, diversidade… Tudo isso está relacionado. Estamos falando de preservação da vida!

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